Este espaço foi criado para trocar ideias e atividades da área de Lingua e Literatura, compartilhando com os colegas experiências vividas ao longo da minha profissão.

Língua

Gosto de sentir a minha lígua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesias está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade (...)
(Caetano Veloso)

sábado, 7 de dezembro de 2013

avaliação- literatura realismo

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho   2º ano turma ______
Aluno (a) _______________________________ Prof.ª Mara Virginia
Avaliação Final da III Unidade   Peso: 5,0
1.       As questões a seguir baseiam-se no seguinte fragmento do romance O cortiço(1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):
Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor.
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.
 (Aluísio Azevedo. O cortiço)
Em O cortiço, o caráter naturalista da obra faz com que o narrador se posicione em terceira pessoa, onisciente e onipresente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:

a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.
b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos...
d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.
e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada... 
2.       O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas:

a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor.
b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.
c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres.
d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a ideia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.
e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens.
3.       Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir:

Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero.
(...)
E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.

No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum:

a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação à tragédia comum, no segundo trecho.
b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho.
c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por quem se é ajudado, no segundo trecho.
d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no segundo trecho.
e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do “todos por todos”, no segundo trecho.
4.       O enlace amoroso, seja na perspectiva de Rita, seja na de Jerônimo,
A) é sublimado, o que lhe confere caráter grotesco na obra.
B) é desejado com intensidade e lhes aguça os ânimos.
C) reproduz certo incômodo pelo tom de ritual que impõe.
D) representa-lhes o pecado e a degradação como pessoa.
E) é de sensualidade suave, pela não explicitação do ato.
5.        Assinale a alternativa incorreta feita a propósito do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo:

A) É também uma história de corrupção, centrada na animalização humana estimulada pelo sexo e pelo dinheiro.
B) O verdadeiro protagonista desse romance é uma comunidade popular explorada em proveito da burguesia ascendente da época.
C) Observam-se sátiras a alguns tipos predominantes na época: o comerciante rico e grosseiro, a velha beata e raivosa, o cônego relaxado e comilão.
D) O enredo não gira em função de pessoas, havendo muitas descrições precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem o conjunto.
e) Existe uma divisão clara entre a vida dos que venceram, como João Romão, senhor da pedreira e do cortiço, e a labuta dos humildes que se exaurem na luta pela sobrevivência.
6.       O alienista, publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, é considerado um dos mais importantes contos de Machado de Assis. A partir da trajetória de Simão Bacamarte, protagonista da estória, Machado constrói um painel da sociedade brasileira de seu tempo, com seus valores, problemas e impasses. Tomando por base o fragmento selecionado, assinale a opção que melhor exprime a intenção do autor.

a) Valorização da ciência como caminho preferencial para a superação do atraso intelectual do país.
b) Ironia em relação aos critérios utilizados por Simão Bacamarte na escolha de D. Evarista como sua esposa e genitora de seus filhos. 
c) Apoio aos postulados do pensamento positivista e da ideologia do progresso defendidos por Simão Bacamarte.
d) Crítica aos hábitos culturais da vila de Itaguaí, em especial à alimentação, fator que contribuía para a dificuldade de D. Evarista em engravidar.
e) Exaltação do papel do médico como referência de desenvolvimento de uma sociedade.
7.  Em relação ao foco narrativo, podemos afirmar que:
a) a narrativa é constantemente interrompida pelos comentários de Simão, o que faz dele o narrador da estória.
b) alternam-se no trecho narradores de primeira e terceira pessoas, prática comum na ficção realista.
c) o narrador é de primeira pessoa, onisciente.
d) o narrador constrói a sua narrativa a partir da leitura dos cronistas de Itaguaí, problematizando a noção de origem e a veracidade dos fatos narrados. 
e) os cronistas da vila de Itaguaí são os verdadeiros narradores da estória, como pode ser percebido no início do texto.
8. O enredo de O alienista conta com a participação de um grande número de personagens. Vamos identificar alguns deles, relacionando a coluna da esquerda com a da direita.
( a ) Crispim Soares      (    ) Barbeiro que liderou a primeira revolta contra o alienista

( b ) Costa                      (     ) Farmacêutico de Itaguaí com quem o alienista troca ideias.

( c ) Mateus                   (       ) Comandante da segunda rebelião, que depôs o líder da primeira.

( d ) Porfírio                   (       ) Homem muito rico que adorava contemplar sua própria casa.

( e ) João Pina               (        ) Rico empobrecido por emprestar dinheiro a todos ...
9. Assinale com um V as verdadeiras e com um F as falsa.
a) (      ) Além de focalizar a loucura, O alienista é uma fábula política: o autor fala sobre o poder, a dominação que algumas pessoas exercem sobre outras.
b) (       ) A obra pretende exaltar e promover a cidade de Itaguaí, de onde o autor é natural, e agrada a todos os seus habitantes.
c) (       ) Em O alienista, Machado de Assis antecipa as ideias ,revolucionárias de Freud, que mudou os critérios de análise das perturbações mentais.
d) (       ) Na obra de Machado de Assis não há propriamente mocinhos ou bandidos, mas seres humanos com toda  sua complexidade.
10. Simão Bacamarte se recolhe à Casa Verde:
a) para alcançar uma cura milagrosa.
b) por reunir em si a ciência e a loucura.
c) porque ameaçava a segurança pública.
d) posto que desconfiava das opiniões alheias.
e) pois contaminaria as pessoas com sua loucura


Avaliação - verbo

Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho         Disciplina: Língua Portuguesa
Avaliação Parcial da III Unidade      Série 2ª ano Turma _______ Peso: 5,0
Aluno(a) _____________________________________________________
Questão 1. Leia o trecho a seguir:
“Se diz que há na cabeça do poeta um parafuso de a menos
Sendo que o mais justo seria o de ter um parafuso trocado do que a menos.
A troca de parafuso provoca nos poetas uma certa disfunção lírica.” (... ) M. de Barros
O sujeito poético vê o poeta


a)    Segundo o senso comum.                        
b)    Sob uma perspectiva sociopolítica.
c)    Como um transgressor da tradição lírica.
d)    Como um artista dividido entre o velho e o novo.
e)    Considera-o louco.



Questão 2. A forma verbal seria e provoca apresentam-se no tempo:


a)    Presente do indicativo e do subjuntivo
b)    Pretérito imperfeito do subjuntivo e presente do indicativo

c)    Futuro do subjuntivo e futuro do indicativo
d)    Futuro do pretérito do indicativo e presente do indicativo



Questão 3. Jovem, leia um pouco mais, não ________ levar pela preguiça.
a)    Te deixe     b) te deixa    c) te deixas     d) se deixa    e) se deixe

Questão 4.  Leia:              a vida é as vacas / que você põe no rio
       Para atrair as piranhas / enquanto a boiada passa. (Paulo Leminsk)
O texto poético define a vida como:
a)    Solidariedade.     b) Negativismo.    c) Persistência.     d) Sacrifício.        e) Conflito.

Questão 5.  Em:  a vida é as vacas. Pode-se afirmar que este verso está:
a)    Correto porque o verbo concorda com o sujeito.
b)    Incorreto porque a concordância é: a vida são as vacas.
c)    Está incorreto porque o verbo está na primeira pessoa do singular.

Questão 6.  (UFF) Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais destacadas:  “Ao chegar da fazenda, espero que já tenha terminado a festa”.
a) futuro do subjuntivo, pretérito perfeito do subjuntivo
b) infinitivo, presente do subjuntivo
c) futuro do subjuntivo, presente do subjuntivo
d) infinitivo, pretérito imperfeito do subjuntivo
e) infinitivo, pretérito perfeito do subjuntivo

Questão 7. Empregou-se o verbo no futuro do subjuntivo em:
a)  … afrontava os perigos (…) para vir vê-la à cidade.
b)  Se algum dia a civilização ganhar essa paragem longínqua…
c)  Continuaram ainda a dialogar com certo azedume.
d)  Tinha-me esquecido de contar-lhe que eu fizera uma promessa…
e)  e encontrei o faroleiro ocupado em polir os metais da lanterna.
Questão 8. Em “Não ouvi mais vozes.”, o verbo é regular ou irregular? Justifique a resposta.
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Questão 9.  O cariri é todo osso. E ossos que se exibem em protuberância de formas que parecem de uma galeria de monstros. (*José Lins do Rego) . O fragmento, no contexto, conota
a)    A diversidade da flora regional.
b)    A relação de conflito entre o homem e a natureza.
c)    A intervenção do homem na natureza.
d)    O descaso do homem com a terra.
                                                             
Questão 10.  O cariri é todo osso. O verbo ser pode ser classificado em:

a)    Regular     b) irregular   c) anômalo   d) defectivo   e) abundante

Questão 11.  Assinale a frase que apresenta um erro de conjugação verbal.
a)    Ele interviu no assunto
b)    Requeiro-lhe um atestado de idoneidade.
c)    Eles foram pegos de surpresa.
d)    O comerciante proveu seu armazém do necessário.


 Questão 12. “Não és sequer a razão do meu viver...” A forma verbal és tem sujeito:
a)    Simples       b) indeterminado   c) inexistente        d) composto




SUCESSO!