Olá Pessoal, resolvi abri um espaço para nossos poetas aqui no blog, desta forma estarei divulgando alguns poemas de amigos, colegas, alunos e visitantes do nosso blog. para iniciar estou publicando os poemas do poeta e professor gaucho Delalves Costa, degustem a vontade.
Mara
Esta poesia está no livro infanto-juvenil "O Menino dos cataventos na Rua dos passatempos", lançado em 2006 pela editora Ponto, de Osório/RS. Esta edição está esgotada nas livrarias, apenas o autor possui alguns exemplares para venda.
Um Sono tranqüilo
Pegue a noite mais escura
E misture ao leite.
Adicione estrelas
E planetas a gosto.
A seguir, leve ao fogo brando.
Quando o leite misturar-se à noite
– Acrescente para o deleite
Olhares
E sonhos a gosto
Por alguns minutos.
(E pronto!).
Sobre a mesa um sono tranqüilo.
As poesias abaixo pertencem ao livro "Iluminuras e fragmentos do discurso pre-maturo".
Maria e José
Acordam às seis quando não antes
José e sua impessoal Família.
Escovam o amargor do sono,
gargarejam o pesadelo
e penteiam o espreguiçar
de noites; mal-dormidos...
Vestia jejum, ainda, desconjuntado
– no rosto leite coalhado
no cabelo pão esmigalhado
e bocejo sol requentado
José e sua Família, nesse dia
sem o horário marcado!
O trabalho ficou no centro,
fechada no livro, a escola
no bolso furado, o mercado
e o almoço foi em família.
Neste dia, José se ajoelhou.
Maria, de oito semanas,
– antes da boca, bem servida
entre an(seios, incontida), engravidou.
A Ilha
Inspiração. A solidão
no canto da sala
e o peixe de aquário
espantado a namorá-la.
O só não cabe no olhar
do ego que se cala...
Afogado está o vazio
cheio de canto, na sala.
Solidão? Não. É inspiração
e só, mais nada.
O homem sono em claro
Amanheço. Os dias mal-dormidos
no calcanhar das noites
– roem lágrimas
nas ruas do tempo.
A vida é pedra! Na erosão,
o homem-escultura
– a terra violada
de pés
entardecidos.
Os relógios suam,
fedem à poeira.
– Desperto, o homem sono em claro.
As Roseiras
Flor sem cor é boca sem mente
Não calada na gente!
Às vezes me sinto pensando
nas línguas de pouca flor;
esse vento que sai falando
que cai na vida levando
faca, espinho e amargor...
e assim, nos fere deixando
as belas roseiras sem cor;
é vendaval que sai levando
que volta da rima falando
de ilusão, de sangue e dor.
Quando anda na gente
essa rima é pobre, é grito ausente!
É grito ausente
Que mata a linguagem do amor.
poeta gaúcho Delalves Costa