Este espaço foi criado para trocar ideias e atividades da área de Lingua e Literatura, compartilhando com os colegas experiências vividas ao longo da minha profissão.
Língua
Gosto de sentir a minha lígua roçar A língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estar E quero me dedicar A criar confusões de prosódias E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa E sei que a poesias está para a prosa Assim como o amor está para a amizade (...) (Caetano Veloso)
Aluno(a)
__________________________________________ 6º Ano turma 06
Atividade Avaliativa
Parcial da I Unidade Peso : 5,0
Em
dezembro
Em
dezembro mangas maduras eram vistas da janela – mas antes disso já
tínhamos comido muita manga com sal, tirado escondido da cozinha.
[...]
-
Quem comeu manga verde? Vamos, confessa, já.
Nenhum
confessava: os dois de castigo.
Mostrei
para Neusa a manga amoitada no capim: começava a amarelar. Ela
cheirou, apertou contra o rosto, me pediu.
-
Dou um pedaço.
-
Quero a manga inteira.
-
A manga inteira não. Um pedaço. [...]
-
A manga inteira ou nada.
-
Então nada.
Quando
entrei na cozinha, Vovó estava me esperando:
-
Pode ir direto para o quarto, já sei de tudo.
Fiquei
fechado de castigo até a hora da janta.
Se
tornar a comer manga verde, da próxima vez vai apanhar é de vara,
ouviu?
Quem
apanhou de vara foi a Neusa. Cerquei-a no fundo do quintal com uma
vara:
-
Você enredou, agora vai apanhar.[...]
Ela
pediu pelo amor de Deus. Perguntei se ela gostava de mim, ela disse
que gostava. Pedi para ela dizer: “Eu te amo”. Ela disse. [...]eu
falei que era mentira, que ela gostava é de Marcelo. Então ela
disse que era mentira mesmo, que tinha é nojo de mim, e eu desci uma
varada nas pernas dela. Em vez de correr, ela ficou parada, encolhida
contra o muro[...]
-
Pede perdão, senão eu bato de novo!
Ameacei
com a vara, mas ela só chorava. Então bati de novo, e dessa vez ela
nem bem se mexeu, como se não tivesse sentindo dor. Foi andando em
direção à casa, e eu fiquei parado, vendo-a afastar-se.[...]
Ao
voltar para casa, deixei três moranguinhos na mesa do quarto onde
ela, deitada, havia adormecido.
No
dia seguinte recebi uma caixinha embrulhada - dentro os três
moranguinhos e um bilhete: “Eu gostava é de você mesmo, mas agora
nunca mais”.
Luiz
Vilela. Contos da infância e da adolescência. São Paulo: Ática,
2001.
4.
Em sua opinião, por que ele não acreditou quando ela disse, no
quintal, que gostava dele? (0,5)
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Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez 1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[...]
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão
explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de
conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o
autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos
coloquiais na seguinte passagem:
A “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
B “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
C “Que devora a voz do morto” (v. 9)
D “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
E “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)
Se quiser, até mesmo em americano
Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho Língua e Literatura – 2ª série Mara Virginia
Leia o poema:
O impossível carinho
“Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo quero apenas contar-te a minha ternura ah se em troca de tanta felicidade que me dás eu te pudesse repor - Eu soubesse repor – No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância.” Manuel Bandeira
1. Identifique as palavras de que derivam os seguintes substantivos do texto: ternura, felicidade e alegria. O que eles têm, gramaticalmente, em comum? 2. Derive substantivos dos verbos querer, dar, poder, repor, saber. 3. O substantivo infância dá origem a um outro substantivo: infantilidade. Cite cinco substantivos que derivam de outros substantivos primitivos.
4. Explique a mudança de classe gramatical da palavra jantar, empregada na frase: O JANTAR ESTÁ SERVIDO e depois escreva uma frase empregando essa palavra em outra classe gramatical.
5. Leia: “Estudos da Universidade de Harvard, nos EUA, com 30 pacientes maníaco-depressivos mostrou que a ingestão de peixe diminui a depressão. Os doentes que ingeriram cápsulas com óleo de peixe mostraram alívio nos sintomas da doenças, enquanto os que receberam placebo continuaram depressivos” Revista Istoé. a) Empregue a palavra maníaco-depressivo numa frase, como substantivo. b) Faça frases empregando as palavras paciente e doente, que no texto aparecem como substantivos, em outra classe gramatical. c) Retire do texto dois substantivos comuns, abstratos, próprios e derivados.
Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho Língua e Literatura – 2ª série Mara Virginia
Leia:
A Casa do Berço Azul
‘Dona Marcionilha e seu Chico Fiscal.
Era a casa deles. Gostavam de flores, de vasos e de roseiras. Um quintal muito grande de fruteiras fartas e escolhidas. Criação de lebres e de coelhos, da meninada. Gaiolas dependuradas. Alçapões. Balanços pelos galhos. Meninos brincando. Meus e deles. Passarinhos. Frutas maduras pelos galhos, pelo chão. Geração passada...
A Casa do Berço Azul... Minha casa amiga...
De dois em dois anos descia do alto da parede da despensa, onde ficava ancorado, o barquinho de uma nova vida, prestes a chegar. Vinha para a terra o pequenino barco. Seu Chico tomava de um pincel e uma lata de tinta e pintava o berço, sempre de azul. Renovava o pequeno colchão, o pequeno travesseiro cheio de paina fina e nova. Pela casa, panos macios, flanelas, claros agasalhos, camisinhas, bordados delicados, rendas, e sempre ela tricotando um xaile de lã azul, que mostrava sorrindo e feliz às suas amigas.” Cora Coralina
1. Como o eu lírico compõe as lembranças trazidas pela memória? 2. Alem do saudosismo, que outros sentimentos o poema evoca no leitor? 3. que objetos se destacam, no poema, como elementos evocadores de memória? Por quê? 4. A cor azul apresenta alguma simbologia no texto? Esclareça sua resposta. 5. De que forma se criou uma imagem bem viva e real do passado? 6. Retire do texto os substantivos. 7. Explique por que o texto pode ser chamado um ‘poema substantivo’. Transcreva trechos que comprovem sua resposta.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada – o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(Dalton Trevisan)
A carta constitui uma das formas de composição de um texto. Por meio dela se estabelece uma comunicação por escrito, endereçada a uma ou várias pessoas.
Exercício
1- A pessoa que escreve a carta chama-se remetente e a pessoa a quem se destina a carta chama-se destinatário.
3- O narrador revela no texto os vários sentimentos experimentados pela ausência de sua mulher. Nos primeiros dias, o narrador não sente de ausência de sua mulher.
a) Em que aspecto a não-presença da mulher na casa é favorável ao narrador?
6- Por que o narrador foi “... beber com os amigos...”?
_________________________________________________________________________7- O narrador compara a mulher à “... última luz na varanda.” Explique essa comparação.
8- Explique o que o autor quis dizer com a seguinte frase:
“ As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham.”
_________________________________________________________________________9- A palavra “Senhora” adquire no texto um sentido especial, seja pelo ritmo em que aparece nas frases, seja pela grafia, usada com o valor de substantivo próprio. O que sugere no texto o emprego desta palavra?
O estudante Wilson da Silva, 19, foi preso anteontem acusado de furtar o caderno de uma colega de classe, em Campos do Jordão (175 km de São Paulo). Ele foi solto ontem e disse ter sido espancado na delegacia. À tarde, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Taubaté. A polícia abriu inquérito para apurar a denúncia. O delegado Adib Jorge Filho, 28, acha “estranha” a versão da agressão.
A prisão do estudante provocou uma manifestação em frente à delegacia de Campos. O advogado do estudante, José Carlos de Carvalho Santos, 37, disse que ele foi vítima da brincadeira de outros alunos. “Alguém colocou o caderno na mochila dele.”
Silva foi preso às 10h30 em frente à estação de trem da Vila Abernéssia, no centro. A estudante Amanda Pereira da Silva, 15, dona do caderno furtado, disse que o rapaz começou a correr quando Amanda gritava “pega ladrão”.
Segundo a polícia, o caderno estava na mochila do rapaz. Ele disse não saber como foi parar lá.
Segundo o delegado, o estudante foi colocado em uma cela, separado de outros presos. O delegado disse estranhar a história do espancamento. O rapaz teria sido agredido às 12h30 de anteontem por dois policiais, mas só contou ao pai depois das 19h30. Antes disso, ele conversou com seu advogado, mas não falou nada sobre a agressão. “Não posso confirmar nem afastar a hipótese da agressão”, disse o delegado.
O advogado de Silva disse que ele deve fazer o reconhecimento de seus supostos agressores amanhã. Segundo o advogado, o estudante tem hematomas nas pernas e dores no estômago.
A mãe de Amanda, Aracy Pereira da Silva,51, disse que não esperava uma repercussão tão grande. “Está virando uma revolução social.” Aracy afirmou que sua filha está sendo discriminada na escola. Segundo ela, a menina tem recebido telefonemas anônimos dizendo que “vai haver troco”. Silva cursa o primeiro ano do segundo grau na escola estadual Theodoro Corrêa Cintra, no centro. Segundo a diretora, Shirley Cintra, 53, “furtos na escola são normais”.