Colégio Estadual Gov. Luiz Viana Filho
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Texto: Indicador cultural
Normalmente deixados de lado ou tratados como um capítulo menor nas estatísticas nacionais, indicadores relativos à cultura são importantes para tentar a inserção futura do País.
Se dados econômicos dizem algo a respeito do bem-estar e do poder de compra das pessoas, indicadores culturais apontam para a sua inclusão na sociedade. E, quanto menores os índices de exclusão de um dado grupamento social, melhores tendem a ser seus números relativos à educação, segurança e à própria produção intelectual e material.
Embora o vínculo entre a existência de uma biblioteca pública em um lugar qualquer e a sua prosperidade pareça distante, ele existe, o que já justifica a busca constante da ampliação de equipamentos culturais nas cidades brasileiras.
A recém-divulgada pesquisa Munic 2001, do IBGE, mostra que tem havido progressos nessa área, ainda que desiguais e em ritmo mais lento que o desejável. O equipamento cultural mais difundido do país são as bibliotecas públicas, presentes em 79% dos municípios brasileiros em 2001. Em segundo lugar, vêm ginásios esportivos ou estádios (76%). Provedores de internet cresceram bastante e já atingem 53% das cidades. Também chamou a atenção dos pesquisadores a expansão, em relação a 1999, dos teatros (36%) e dos cinemas (14%) nos municípios brasileiros.
Apesar desses números positivos, apenas 53 cidades (0,9% do total) possuem todos os 17 equipamentos culturais listados pela pesquisa. Pior, 153 municípios (2,8%) não possuem nenhum itens.
É claro que, diante de problemas emergenciais como fome, violência e descalabro na saúde e na educação, a cultura acaba sendo lançada para um segundo plano. O risco que corremos é o de que essa situação que deveria ser aguda se torne crônica e nós tratemos sempre a questão cultural como secundária.
(INDICADOR cultural, Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 nov. 2003)
- O texto evidencia que
- o tratamento dada à questão cultural no País atende a interesse de diferentes grupos sociais.
- o estímulo à transformação da cultura nacional em sua multiplicidade de formas é uma necessidade.
- os índices estatísticos há pouco revelados pelo IBGE espelham uma realidade do Brasil, carente de um redimensionamento sociocultural.
- os modos diferentes e, as vezes, contraditórios de se tratar a questão cultural explicam a distorção existente entre realidade socioeconômica e cultural do Brasil.
- os dados estatísticos fornecidos pelo IBGE sobre a questão cultural brasileira têm sido utilizados para traçar novas estratégias, a fim de mudar a realidade cultural do País.
- A partir da análise do indicador cultural, para o editorialista, a questão da cultura, no Brasil,
- é prioritária em determinadas regiões que vivem isoladas dos grandes centros urbanos.
- Exige o respeito aos múltiplos aspectos regionais da realidade brasileira para que se preservem tais valores.
- Tem todo um tratamento bem estruturado e sistemático que atende igualmente a regiões diversas do território nacional.
- Tem tido problemas regionalizados que colocam em risco a possibilidade de expansão dos manifestos culturais para todas as regiões do País.
- Passa por um momento em que aspectos da realidade social, como educação e saúde, considerados mais importantes, provocam desinteresse no seu enfoque.
- Há uma informação que pode ser confirmada pelo texto na alternativa
- Uma nova ordem cultural só pode ser possível se houver uma ruptura política no País.
- A importância da cultura, no Brasil, está vinculada a interesses econômicos e políticos.
- As culturas humanas são dinâmicas, contudo, em algumas regiões do País, a estagnação cultural é visível.
- A relação entre poder econômico e bem-estar social é a mesma existente entre nível cultural e inclusão social.
- A cultura brasileira, tanto na forma material quanto na forma de conhecimentos, tem recebido contribuições de múltiplas origens.
- “Se dados econômicos dizem algo a respeito do bem-estar e do poder de compra das pessoas, indicadores culturais apontam para a sua inclusão na sociedade.” Sobre o fragmento em destaque, é correto afirmar:
- A partícula “se” estabelece uma relação de proporcionalidade entre situação econômica do cidadão e nível cultural.
- As formas verbais “dizem” e “apontam” expressam ações futuras.
- O termo “algo”, de sentido vago no contexto, vai ser elucidado nos parágrafos posteriores.
- A palavra “a”, nas duas ocorrências, é determinante do substantivo.
- O possessivo “sua” é um elemento linguístico que se liga a “pessoas” como termo de coesão textual.
- Em ”A recém-divulgada pesquisa Munic 2001, do IBGE, mostra que tem havido progressos nessa área, ainda que desiguais e em ritmo mais lento que o desejável” , o termo destacado pode ser substituído,sem alterar o sentido original do texto, por
A. porque B. no entanto C. se bem que D. mas também E. à medida que
- No fragmento “diante de problemas emergenciais como fome, violência e descalabro na saúde e na educação” , o termo em negrito introduz, no contexto, uma ideia de
A. modo. B. causa C. tempo D. inclusão E. oposição
- Com relação a o enunciado “e nós tratemos sempre a questão cultural como secundária.” Pode-se afirmar que, no contexto, expressa uma
A. conformidade B. contradição C. explicação D. hipótese E. certeza
- “Provedores de internet cresceram bastante e já atingem 53% das cidades”. Sobre o período em evidencia é correto afirmar:
- “de internet” é agente da ação expressa por “cresceram”.
- “cresceram” e “atingem” expressam, respectivamente, ações passadae presente .
- “bastante” denota quantidade.
- “e” tem valor adversativo.
- “já” é um modificador verbal que exprime tempo passado.
Obs: Não esqueçam de pesquisar o significado das palavras desconhecidas.